Governo do Estado do Espírito Santo
10/09/2010 15h03 - Atualizado em 20/03/2023 17h26

Renda domiciliar per capita cresce 3,9% no Espírito Santo

 
Entre 2008 e 2009 a renda domiciliar per capita cresceu 3,9% no Espírito Santo, acima da média brasileira e acima da média do Sudeste. Essa expansão surpreendeu por ocorrer no contexto da recuperação da crise financeira internacional. O dado foi divulgado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), na tarde desta quinta-feira (09), em entrevista coletiva à imprensa, e faz parte dos indicadores regionais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009, com informações sobre população; família e domicílios; pobreza e desigualdade; mercado de trabalho; e escolaridade.  Os dados foram apresentados à imprensa pela diretora-presidente do IJSN, Ana Paula Vescovi.



A população capixaba expandiu-se em 303 mil habitantes no período de 2001 a 2009. Apesar do crescimento continuado ao longo de todo o período, houve redução da taxa de crescimento populacional de 1,4% no período 2001-2002 para 0,9% no período 2008-2009.
 


 

A composição da população por grupos etários apresentou diminuição da participação da população jovem (0 a 14 anos) de 27,6% para 24,1%, enquanto as populações adulta (15 a 64 anos) e idosa (65 anos ou mais) aumentaram suas participações de 66,3% para 68,7 e de 6,1% para 7,1%, respectivamente. Essas alterações na composição etária da população do Espírito Santo resultaram em um aumento da idade média do capixaba de 29,6 anos, em 2001, para 32,5, em 2009.


Famílias e Domicílios
 


Em 2009, no universo de arranjos familiares do Espírito Santo, a maior proporção foi representada por casais com 1 filho (22,7%), seguidos por casais sem filhos (17,9%) e casais com 2 filhos (17,2%). De 2001 para 2009, houve redução na proporção de casais com 3 filhos ou mais, de 18,7% para 10,6%, e aumento na proporção de casais sem filhos de 10,9% para 17,9% (Gráfico 1).



Gráfico 1 Arranjo Familiar Típico: Espírito Santo - 2001, 2008 e 2009


 


Em 2009, o número médio de filhos (até 15 anos) nos arranjos familiares do Espírito Santo, apresentou redução na maioria dos décimos de distribuição de renda, o que indica melhoria no planejamento familiar. Nos 10% com rendimentos mais baixos, o número médio de filhos declinou de 2,8 em 2001, para 2,2 em 2009. Enquanto que, nos 10% com rendimentos mais elevados o número alterou de 0,6 em 2001, para 0,4 em 2009.
 


 


O Espírito Santo apresentou tendência de queda na proporção de domicílios com densidade inadequada - domicílios com densidade superior a duas pessoas por dormitório. Em 2001, 15,7% dos domicílios capixabas foram considerados de densidade inadequada; em 2009 este percentual foi de 8,5%. Em todo o período de análise, o Espírito Santo manteve-se em melhor posição em relação à média do sudeste e do Brasil e adicionalmente obteve a maior variação percentual (-45,9%).
 


Pobreza e Desigualdade
 


No Espírito Santo ocorreu importante redução da taxa de pobreza, de 32,8% em 2001 para 15,0% em 2009, queda de 54,2% no período. A redução média observada no País foi de 38,2%. A redução de pobreza para o Espírito Santo perdeu intensidade entre 2008 e 2009, com queda de 1,0% (Gráfico 2). A taxa de extremamente pobres também sofreu decréscimo, de 12,0% em 2001 para 3,6% em 2009, com a vantagem de permanecer com redução elevada no período entre 2008 e 2009, de -15,9%.
 




Gráfico 2 Porcentagem de pobres: Brasil, Região Sudeste, Espírito Santo - 2001 a 2009


Em relação à distribuição de renda, o Coeficiente de Gini apresentou declínio de 10,4% entre 2001 e 2009, mas ocorreu uma pequena concentração de renda no Espírito Santo entre 2008 e 2009: de 0,516 para 0,528. Esta concentração de renda foi reflexo do maior crescimento da renda dos mais ricos (10,6%) e uma redução de renda no segundo, terceiro e quarto decis de renda, respectivamente, -2,3, -1,5 e – 0,8.





Gráfico 3 Taxa de crescimento médio anual da renda domiciliar per capita segundo décimos da distribuição: Espírito Santo, 2001 a 2009



Mercado de trabalho
 


No período de 2001 a 2009 verifica-se que a evolução na taxa de desemprego do Espírito Santo foi mais instável do que a taxa de desemprego do Brasil e da região Sudeste. Tal instabilidade pode ser explicada pelas altas taxas de investimento e pela conseqüente mudança na estrutura produtiva.  

No ano de referência da pesquisa houve um alinhamento no comportamento do desemprego no Espírito Santo com o do Brasil e região sudeste. A taxa média de desemprego na década foi de 8,3%, sendo mais intenso nos extratos de renda mais baixos. 

No ano de 2009 em comparação a 2008, presenciou-se aumento de 22 mil pessoas no total da População em Idade Ativa (PIA) e diminuição de 42 mil pessoas na condição de inatividade. Dessa forma, teve-se um ingresso de 64 mil pessoas no mercado de trabalho como População Economicamente Ativa (PEA) em relação a 2008. Com isso a PEA cresceu 1,03% gerando uma maior pressão sobre a oferta de mão-de-obra sobre o total de postos de trabalho. 

O aumento verificado na taxa de desemprego em 2009 também pode ser visto como um reflexo da crise econômica que atingiu o Brasil no final de 2008. Não obstante, o número de pessoas ocupadas acima de 15 anos aumentou em 19 mil no período de referência.



Gráfico 4 Taxa de desemprego da população de 15 anos ou mais de idade: Brasil, Região Sudeste e Espírito Santo - 2001 a 2009


Escolaridade
 


A escolaridade média dos adultos (25 anos ou mais) no Espírito Santo, em 2009, subiu para 7,2 anos de estudo, valor equivalente a média brasileira, porém inferior a média de 7,8 anos de estudo da região Sudeste. A evolução da média de escolaridade mostra que o estado do Espírito Santo aumentou de 6,0 anos de estudo em 2001 para 7,2 anos de estudo em 2009, um crescimento de 1,2 anos de escolaridade.


Para o Brasil observa-se um crescimento de 1,2 anos de escolaridade e para a região Sudeste observa-se um crescimento de 1,2 anos de escolaridade. Percebe-se que o crescimento da escolaridade média no Espírito Santo teve uma velocidade maior se comparado ao Brasil e região Sudeste.

Para o grupo de idade entre 5 e 9 anos a freqüência escolar passou de 87,8% em 2001 para 96,2% em 2009, um crescimento de 8,8 p.p. Para o grupo de idade de 6 a 14 anos verifica-se que a freqüência escolar passou de 94% para 97,5%, aumento de 3,5 p.p. Para os indivíduos com idade entre 15 e 17 anos a freqüência escolar aumentou 12,6 p.p., ou seja, passou de 72,1% em 2001 para 84,7% em 2009. Com relação ao grupo de indivíduos com idade entre 18 e 24 anos observa-se uma queda na freqüência escolar de 7,5 p.p., isto é, passou de 29,7% em 2001 para 22,2% em 2009. A queda nesta faixa de idade pode ser um reflexo da diminuição da distorção série-idade, isto é, os indivíduos estão terminando as séries com suas respectivas idades certas. Esse efeito contribui para o crescimento da freqüência escolar para os três primeiros grupos de idade analisado e como conseqüência reduz para os indivíduos com idade entre 18 e 24 anos. Para os indivíduos com idade superior a 25 anos percebe-se que há um crescimento da freqüência escolar neste grupo, fato que pode refletir um maior incentivo de políticas voltadas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ao se comparar os anos de 2009 em relação ao ano de 2008 percebe-se que o crescimento da freqüência escolar dos indivíduos com idade entre 15 e 17 anos foi o maior, cresceu 1,8 p.p. (82,9% em 2008 para 84,7%, em 2009). A maior queda na freqüência escolar foi verificada para o grupo de idade entre 18 e 24 anos, uma queda de 2,2 p.p. (passou de 24,4% em 2008 para 22,2% em 2009) (Gráfico 5).




Gráfico 5 Frequência escolar das pessoas com 5 anos ou mais: Espírito Santo – 2001, 2008 e 2009


 


Informações à Imprensa
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Ana Paula Vescovi


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