O ano de 2009 foi considerado positivo para o Espírito Santo. Os resultados divulgados nesta 5ª edição do Panorama Econômico demonstram a força do Estado em relação ao restante do País”.
A afirmação é do coordenador de Estudos Econômicos do IJSN, Matheus Magalhães, durante o detalhamento do estudo, nesta quinta-feira (25), que também contou com a participação da diretora-presidente do Instituto, Ana Paula Vescovi.
O estudo apresenta dados do desempenho da economia mundial, do relacionado à economia brasileira e do Espírito Santo, no quarto trimestre de 2009, após deflagrada a crise financeira internacional.
Dados referentes a esse período apontam para diferentes velocidades de recuperação dos países. Enquanto algumas regiões permanecem em recessão, outras vêm apresentando um padrão de rápida recuperação. No caso dos Estados Unidos há um cenário de otimismo, traçado por alguns analistas, que se baseiam na aceleração registrada para o PIB daquele País ao longo dos dois últimos trimestres. Apenas no quarto trimestre de 2009, a economia americana apresentou um crescimento de +5,7%, superando a previsão de +4,8%. Entretanto, alguns problemas ainda não solucionados podem ocasionar uma possível recaída dessa economia.
No que diz respeito à China, em 2009 foi registrado um crescimento de 8,7% o que coloca o País em uma posição próxima à do Japão, como a segunda maior economia do mundo.
Em meio a esse contexto, o Brasil fortaleceu sua posição no cenário mundial. Foi uma das últimas economias a entrar na recessão e, ao mesmo tempo, uma das primeiras a se recuperar.
Em relação ao Estado do Espírito Santo, estimativas recentes do indicador antecedente de PIB trimestral do Estado, referentes ao terceiro trimestre de 2009, demonstram que a economia local tem mantido um ritmo constante de crescimento (taxas em torno de +2,5% nos dois últimos trimestres). Por outro lado, no caso de comparações acumuladas o Espírito Santo ainda apresenta um padrão de contração (taxa média de -5,8). Um dos principais motivos dessa contração econômica equivale ao elevado grau de abertura ao comércio exterior que o Estado apresenta.
Para Matheus Magalhães, esses resultados revelam o caráter dual da economia local: ao mesmo tempo em que a economia do Espírito Santo é afetada pelas condições adversas do setor externo, ela também pode ser impulsionada por choques favoráveis nesse setor.
O estudo também faz uma abordagem sobre as principais áreas da economia capixaba, bem como algumas das análises relacionadas a essas áreas e o comportamento de cada uma nesse período.
No caso do Comércio Exterior, apesar do forte impacto inicial, a economia estadual demonstrou, ao longo do ano de 2009, sinais de recuperação. A retomada das exportações, conjugada ao aumento da produção industrial, sustentaram o argumento de que a pior fase da crise já passou. Comparando o primeiro trimestre do ano com o quarto trimestre, o crescimento das exportações foi de +29,10%, um aumento aproximado de US$ 450 milhões durante esse período. As importações ainda mantiveram os resultados negativos observados ao longo do ano, indicando um padrão de recuperação
nos últimos meses de 2009, em particular no mês de dezembro, com crescimento de +9,63% do valor importado pelo Estado.
No que diz respeito à Produção Industrial, é importante notar as especificidades da estrutura produtiva local. O Estado vem se beneficiando da retomada da produção global de aço e da elevação na demanda internacional por minério de ferro e pellets. .
Neste contexto, observa-se expansão da produção local por três trimestres consecutivos, de acordo com o Panorama Econômico. Mesmo com a retração das indústrias extrativa e de transformação, observa-se o crescimento registrado a partir do segundo trimestre, quando essas indústrias encerram os três últimos meses de 2009 com elevações de +18,7% e +7,9%, respectivamente, em relação ao trimestre anterior. No caso da Indústria de Transformação, o desempenho esteve ancorado na elevação da produção de Alimentos e bebidas (+19,8%) e Metalurgia básica (+7,9%). Desta forma, mesmo com a paralisação para manutenção preventiva efetuada por importante planta local no quarto trimestre do ano, a produção industrial capixaba avançou +8,7% frente ao terceiro trimestre, após ajuste sazonal, um resultado superior ao dobro da média nacional (+3,6%).
Para o Mercado de Trabalho, o dinamismo do setor foi interrompido pelos efeitos da crise financeira em 2008. Em decorrência da redução na demanda por trabalho, o Estado fechou o ano de 2009 com saldo líquido de +18.975 empregos gerados. Para o período, a geração de empregos foi liderada pelos setores de Serviços (+11.649), Comércio (+3.886), Construção civil (+2.583) e Indústria de transformação (+1.035). Resultado oposto ocorreu nos setores de Extrativa mineral e Agropecuária (com perdas anuais de -267 e -326 empregos, respectivamente), setores dependentes do mercado externo e que, por conta disso, acabaram internalizando rapidamente os reflexos da crise.
Por outro lado, o Espírito Santo registrou recorde na geração de empregos para o mês de janeiro (+3.590 novos postos de trabalho), por conta do mercado de trabalho aquecido nos setores de Serviços, Construção Civil e Indústria de Transformação.
Outros setores também foram abordados no Panorama Econômico, como é o caso de Consumo e Investimentos, Produtividade industrial, Preços, Política Monetária e Creditícia e Finanças estaduais.
O estudo completo pode ser conferido no site www.ijsn.es.gov.br.
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