Governo do Estado do Espírito Santo
04/07/2025 18h17 - Atualizado em 04/07/2025 18h18

IJSN no Censo: estudo revela adiamento cada vez maior da maternidade no Espírito Santo

O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulgou, nessa quinta-feira (03), o estudo IJSN no Censo – Fecundidade, elaborado pelo Observatório de Políticas Públicas para as Mulheres, a partir dos dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise traça um panorama detalhado da fecundidade no Brasil e no Espírito Santo, considerando variáveis como idade, grau de instrução, religião, cor/raça e número de filhos.

O levantamento confirma uma tendência observada nas últimas décadas: a queda acentuada na Taxa de Fecundidade Total (TFT). No Brasil, a TFT chegou a 1,55 filho por mulher em 2022, marcando mais uma redução no número médio de filhos. No Espírito Santo, o índice também caiu, ficando em 1,62 filho por mulher. Ambos os números estão abaixo do chamado nível de reposição populacional, estimado em 2,1 filhos por mulher – valor necessário para garantir a estabilidade da população ao longo do tempo.

A coordenadora do Observatório MulherES, Letícia Furtado, destaca a importância do estudo para o planejamento de políticas públicas. “A análise desses dados nos permite enxergar, com mais clareza, as transformações demográficas que estão em curso. Entender o perfil da fecundidade no Estado e no País é fundamental para orientar ações governamentais que garantam o bem-estar da população e o equilíbrio das próximas gerações”, pontuou.

Um dos destaques da pesquisa é o aumento na idade média da fecundidade no Espírito Santo, que passou de 26,82 anos em 2010 para 28,57 anos em 2022, evidenciando o adiamento da maternidade. O número médio de filhos nascidos vivos por mulheres de 50 a 59 anos também apresentou redução no período: no Espírito Santo, caiu de 2,9 para 2,1; no Brasil, de 3,0 para 2,2.

Apesar dessa queda na fecundidade média, o número absoluto de mulheres com 12 anos ou mais que tiveram filhos nascidos vivos aumentou no Espírito Santo, passando de 967.510 em 2010 para 1.106.928 em 2022. Já entre as adolescentes de 12 a 14 anos, o percentual é menor: em 2022, 0,10% no Brasil e 0,08% no Espírito Santo tiveram filhos.

No recorte por cor ou raça, o estudo aponta que mulheres pretas de 12 anos ou mais no Espírito Santo tiveram mais filhos em 2022 do que em 2010. Quanto à religião, o percentual de mulheres católicas apostólicas romanas que tiveram filhos foi menor em 2022 na comparação com 2010.

A população indígena feminina também apresentou crescimento relevante. O número de mulheres indígenas de 12 anos ou mais que tiveram filhos nascidos vivos aumentou de 3.031, em 2010, para 4.969, em 2022, no Espírito Santo. No recorte etário, o grupo de 40 a 44 anos se destacou em 2022, com maioria na faixa de dois filhos.

Quanto ao nível de instrução, tanto entre mulheres indígenas quanto não indígenas, houve aumento na proporção daquelas com Ensino Superior completo em 2022, tanto no Espírito Santo quanto no Brasil. A análise mostra ainda que a proporção de mulheres indígenas com 50 anos ou mais que tiveram filhos nascidos vivos foi de 45,68% no Espírito Santo em 2022, número muito próximo ao das não indígenas da mesma faixa etária, que registraram 45,78%.

O documento completo pode ser acessado no link: https://ijsn.es.gov.br/Media/IJSN/IJSNnoCenso/Fecundidade%20VF.pdf 

Sobre o Observatório MulherES

O Observatório MulherES é uma iniciativa do Governo do Estado do Espírito Santo, coordenada pelo Instituto Jones dos Santos Neves, com o objetivo de promover a produção e a disseminação de dados e análises sobre questões de gênero. A proposta é fortalecer o diálogo entre o poder público e a sociedade civil, contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas mais equitativas e eficazes para as mulheres capixabas.

Texto: Joicy Marques

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