O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulgou, nesta terça-feira (15), o estudo “Perfil da Pobreza no Espírito Santo: famílias inscritas no Cadastro Único”. A publicação apresenta uma análise detalhada sobre a pobreza no Estado, com informações sobre domicílios, educação e mercado de trabalho, com base em dados de famílias que atualizaram ou realizaram o cadastro entre 2020 e junho de 2023.
Os indicadores foram construídos a partir das informações do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, com base de junho de 2023, por meio de uma parceria com a Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades). Segundo o diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira, os dados são públicos e estão disponíveis em um painel interativo (BI) no site do Instituto.
“A transparência é fundamental nos estudos que desenvolvemos no Instituto Jones. Nossos pesquisadores se empenham em adotar uma linguagem acessível para que toda a população compreenda e acompanhe o que estamos produzindo”, afirmou Pablo Lira.
O estudo adota como referência as linhas de pobreza e extrema pobreza estabelecidas pelo Banco Mundial, considerando especialmente a insuficiência de renda. De acordo com o levantamento, 73,2% das pessoas cadastradas no CadÚnico no Espírito Santo se encontram em situação de pobreza. A estimativa para a população em geral é de 30,1%.
As microrregiões Central Serrana (25,6%) e Metropolitana (26,9%) registraram as menores estimativas de pobreza, enquanto a microrregião Nordeste apresentou a maior, com 43,4%. Entre os municípios com os menores índices estão Santa Teresa (19,3%), Vila Velha (20,5%), Castelo (20,7%), Iconha (20,8%), Marechal Floriano (21,3%), Vitória (22,2%), Colatina (22,4%), Santa Maria de Jetibá (22,7%) e Domingos Martins (22,8%).
Em relação à extrema pobreza, o percentual entre as pessoas cadastradas é de 45,0%. Considerando toda a população, a estimativa é de 18,5%. As microrregiões com os menores percentuais são Central Serrana (13,9%) e Centro-Oeste (14,2%). Os menores índices entre os municípios foram registrados em Marechal Floriano (7,1%), Domingos Martins (8,5%), Colatina (8,8%), Ibatiba (9,1%), São Roque do Canaã (9,5%), Iconha (9,8%), Santa Teresa (10,2%) e Santa Maria de Jetibá (10,4%).
O estudo também aborda a população em situação de rua. Em 2023, 2.509 pessoas cadastradas no Estado estavam nessa condição, sendo que 1.641 delas — o equivalente a 65,4% — viviam na microrregião Metropolitana. A pesquisa chama atenção para o acesso limitado a serviços públicos essenciais entre as famílias cadastradas: 7,9% não têm coleta de lixo, 27,1% não contam com esgotamento sanitário adequado e 15,8% não têm acesso a abastecimento de água apropriado.
Na área da educação, os dados mostram que os municípios com as menores taxas de analfabetismo entre os cadastrados são Alfredo Chaves (3,9%), Bom Jesus do Norte (4,2%), Venda Nova do Imigrante (4,6%), Apiacá (5,0%) e Vitória (5,3%). Por outro lado, os maiores índices foram registrados em Pedro Canário (14,1%), Jaguaré (13,7%), Mucurici (13,6%) e Ecoporanga (12,9%). Segundo Lira, embora o Estado apresente avanços, ainda há desafios importantes: entre crianças e adolescentes de 4 a 17 anos, 5,2% não estão frequentando a escola.
No que diz respeito ao mercado de trabalho, apenas 30,1% da população cadastrada com 14 anos ou mais estavam ocupadas no momento da coleta dos dados. A taxa de desocupação é de 70% e a informalidade é predominante, alcançando 52,6% da população ocupada. Os municípios com os maiores índices de trabalho informal são Brejetuba (85,4%), Água Doce do Norte (84,7%), Mantenópolis (84,0%), Laranja da Terra (81%), Ibatiba (80,4%), Irupi (79,2%), Vila Valério (78,8%), Itarana (78,6%), Divino de São Lourenço (76,6%) e Afonso Cláudio (76,5%).
Outro dado relevante do estudo é que 37,6% da população ocupada com 25 anos ou mais, inscrita no CadÚnico, concluiu até o Ensino Fundamental. Os maiores percentuais foram registrados em Santa Maria de Jetibá (74,6%), Domingos Martins (72,0%), Itarana (66,6%), Laranja da Terra (66,6%), Vila Valério (64,5%), Mantenópolis (61,9%), Rio Bananal (61,7%), Iúna (61,2%), Afonso Cláudio (60,7%), Muniz Freire (60,3%), Ibatiba (60,2%) e Santa Leopoldina (59,9%).
Acesse o estudo completo: https://ijsn.es.gov.br/Media/IJSN/PublicacoesAnexos/S%C3%ADnteses/Perfil%20da%20Pobreza.pdf
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