23/02/2016 13h53 - Atualizado em 21/03/2023 10h39

Economia Criativa entra na pauta do desenvolvimento do Estado

Está na agenda de desenvolvimento econômico da sociedade globalizada a importância da economia criativa. No Espírito Santo não é diferente. Por isso, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) realizou na manhã de sexta-feira (19), o workshop “Cultura como Vetor de Desenvolvimento”, no auditório da Secretaria de Estado do Turismo, em Vila Velha. Um dos objetivos foi dialogar com diversos setores sobre as ações fundamentais para impulsionar este tipo de economia no Estado. 

 

Na pauta, uma programação abrangente que ofereceu aos convidados o cenário da produção criativa capixaba, os seus gargalos e os principais desafios dos atores envolvidos para fazer decolar este setor que cresce a cada A abertura foi feita pelo secretário de Estado da Cultura, João Gualberto e entre os participantes do workshop estava uma turma qualificada formada por secretários e gestores da área, como: Cláudia Leitão, considerada a maior referência em Economia Criativa no Brasil; Andrezza Rosalem, diretora-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves; Luiz Paulo Vellozo Lucas, diretor-presidente do Bandes; José Eugênio Vieira, diretor-superintendente do Sebrae/ES; Ricardo Pandolfi,  subsecretário de Estado da Cultura; Karina Goldner, coordenadora da Unidade de Economia Criativa da Findes;  Lúcia Dornellas, diretora da Aderes; José Sales Filho, secretário de Estado  de Turismo, Simone Modolo, subsecretária de Estado de Turismo; Paulo Pelissari, diretor da Fames; Camila Dalla, subsecretária de Estado de Ciência Tecnologia;  Sabrina Caliman, subsecretária da Secretaria de Planejamento; Renata Vescovi e Ruy Dias, diretores do Sebrae, entre outros. 

 

“A economia do Espírito Santo precisa entrar na pauta política como vetor estratégico de desenvolvimento. É necessário investir em um processo de renovação da nossa economia assim como vários países se reinventaram. Temos exemplos de sucesso como os na área do turismo cultural na Inglaterra e na Austrália e outros na América Latina como no Peru, com a gastronomia e o artesanato”, destacou o secretário de Estado da Cultura, João Gualberto.  

 

Em seguida, Cláudia Leitão, que foi a primeira secretária de Economia Criativa do Brasil, no Ministério da Cultura, fez a primeira palestra do evento apresentando um cenário nacional e internacional sobre o tema. “Vivemos em um país com uma profunda desigualdade, mas também com uma grande criatividade. Nós não queremos um sistema cultural monopolizador e pasteurizado que acaba com a diversidade. O Brasil, assim como o Espírito Santo e diversos outros estados, é terreno de tecnologias sociais, das moedas criativas e da produção feita por colaboração, em que todos se ajudam e crescem”, disse Cláudia, que também falou dos desafios deste setor. 

 

“Este evento é extrema importância, pois foi possível reunir um grupo qualificado de gestores que podem fazer a diferença. É preciso ampliar e fortalecer o papel do Governo e da iniciativa privada, viabilizando o setor por meio da formação dos profissionais, financiamentos bancários e consultorias especializadas”, completa Cláudia, enfatizando os segmentos criativos tais como: arquitetura, artes visuais (fotografia, pintura, escultura), áudio visual (como o cinema, a televisão, propaganda), comunicação (TV e rádios), o design, o mercado digital (games, aplicativos, starups, editoração) e as mais diversas expressões culturais como artesanato, artes popular, gastronomia, dança, festas populares, moda, música, entre outras. 

 

A palestra seguinte foi de Andrezza Rosalem, diretora-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, que alertou sobre o potencial e os gargalos deste setor por meio de pesquisas que descobriram, por exemplo, que a gastronomia é o setor com maior participação na economia criativa. “Outra informação que me chamou a atenção é que, no Estado, o peso do setor criativo na economia é de 7%, representando um total de R$ 211 milhões de massa salarial, uma participação inferior à do Sudeste e do Brasil. No setor formal, para cada profissional criativo existem três não criativos. As mulheres têm maior participação e a informalidade deste setor no Espírito Santo é maior do que nos demais e é maior também do que os outros estados do Sudeste e do Sul”, aponta Andrezza. 

 

Em seguida, o diretor-presidente do Bandes, Luiz Paulo Velloso Lucas apresentou as linhas de crédito do banco chamando a atenção para o programa Nossocrédito, que funciona há 12 anos e fomenta milhares de micro e pequenos empreendedores capixabas. Ele alertou também sobre a importância da agricultura no interior do Estado e em como o agronegócio das pequenas famílias pode contribuir para os setores criativos do artesanato e da gastronomia, por exemplo. “O Bandes realizou 281 operações ligadas à economia criativa em 2015, totalizando R$ 1.705.000,00 de investimento”, citou Logo após a explanação do Bandes, os convidados assistiram o diretor-superintendente do Sebrae/ES, José Eugênio Vieira, revelar as conquistas, os desafios da entidade na área criativa e o perfil deste empreendedor. “O Sebrae realizou em 2015 mais de três mil atendimentos para empresários da indústria criativa. É um público, em sua maioria, jovem, antenado com a tecnologia e que tem muita garra para trabalhar, mas precisa de formação, de orientação e plano de negócio. O Sebrae está à disposição para isso”, destacou. 

 

Ao final, aconteceu um debate onde cada um apresentou uma proposta prática para o assunto. “Precisamos disseminar a ideia da economia criativa, reunir as lideranças do interior do Estado para dialogar sobre o diagnóstico e apresentar um panorama desse modelo de desenvolvimento para todos. Assim, teremos formulado o Plano ES Criativo como uma das propostas de desenvolvimento do Estado”, finalizou o subsecretário de Estado da Cultura, Ricardo Pandolfi.

  

Fonte: Secult
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